sábado, 12 de fevereiro de 2011

Morte de Inês de Castro



O ROMANCE TRÁGICO DE INÊS DE CASTRO


Quando o príncipe D. Pedro chegou à idade de casar, o rei D. Afonso IV fez o que era costume na época: mandou pedir a mão de uma menina nobre para o seu filho. A escolhida foi Constança Manuel, que pertencia à família real castelhana.
D. Pedro recebeu D. Constança como sua mulher mas apaixonou-se perdidamente por uma das aias que a acompanhavam.
Não é fácil esconder sentimentos fortes. Toda a gente percebeu, comentou, cochichou. Há quem diga que D. Constança também sabia do caso e tentou resolvê-lo de uma maneira subtil. Naquele tempo os padrinhos de uma criança passavam a ser como irmãos dos pais da criança. Um acto de amor entre eles seria considerado crime.
Para impedir que o marido se aproximasse da aia, convidou-a para madrinha do primeiro filho rapaz.
O menino, de nome Luís, faleceu uma semana depois de baptizado, e então é que estalou o falatório! A corte em peso comentava pelos corredores que a culpa era de Inês. Com certeza não tinha pronunciado com fé as palavras sagradas junto da pia baptismal...
A hostilidade cresceu à volta de Inês de Castro, reforçada com este excelente pretexto. Mas a verdade é que há muito despertava invejas. Entre as mulheres, por ser linda. Entre os homens, por não lhes prestar atenção.
O romance continuou, embora discreto. E o príncipe não descurou as obrigações matrimoniais, já que no ano seguinte Constança deu à luz outro rapaz, Fernando.
Nessa altura o destino encarregou-se do assunto. D. Pedro ficou viúvo, e juntou-se com a sua amada. Durante alguns anos viveram felizes e despreocupados. Quando já tinham três filhos pequenos, instalaram-se em Coimbra para passar uma temporada num pavilhão de caça que se erguia no sítio onde hoje fica a Quinta das Lágrimas. E as intrigas voltaram agitar a corte, chegando ao ponto de convencer o rei de que a única forma de afastar Inês era matá-la. Um dia, sabendo que o príncipe saíra para ir à caça, o rei e três homens da corte foram procurá-la.
Tinham combinado que a matariam onde a encontrassem. Por acaso encontraram-na à beira de uma fonte.
D. Inês percebeu ao que vinham; ficou aflitíssima, chorou, lembrou os filhos, que tão pequeninos iam ficar sem mãe. O rei então hesitou, mas não quis desdizer-se e foi-se embora, deixando aos três malvados companheiros liberdade para procederem como entendessem. E eles apunhalaram-na sem dó nem piedade!
Segundo a tradição, o sangue de Inês escorreu sobre as pedras da fonte e nunca mais ninguém conseguiu apagar a mancha vermelha que ali ficou para sempre a lembrar o terrível crime.
D. Pedro, louco de dor, levantou-se em armas contra o pai e incendiou muitos castelos e povoações que lhe pertenciam. Só passado muito tempo aceitou fazer as pazes, mas aos assassinos nunca perdoou. Mal subiu ao trono, mandou persegui-los, capturou dois e condenou-os à morte. Segundo consta, exigiu ao carrasco que arrancasse o coração a um pelo peito e a outro pelas costas! Diz-se também que retirou Inês do túmulo, a sentou no trono e obrigou a corte a beijar-lhe a mão, o que é muito pouco provável que tenha acontecido. Mas não restam dúvidas de que lhe organizou um enterro espectacular. Mandou construir dois belos túmulos, um para si próprio e outro para Inês. Quando ficaram prontos, ordenou que os colocassem no mosteiro de Alcobaça. E então organizou um cortejo fúnebre entre Coimbra e Alcobaça. Gente do povo, do clero e da nobreza espalhou-se pelo caminho, e todos fizeram vénias à passagem do caixão. E muitos criados acompanharam o enterro com tochas acesas.

in Ana M. Magalhães, Isabel Alçada, Portugal, Histórias e Lendas, ed. Caminho



Morte de Adolf Hitler

Especialistas russos confirmam autenticidade dos restos mortais

Um fragmento de crânio que terá sido de Adolf Hitler e desde 1945 é conservado em Moscovo foi autenticado por especialistas dos serviços especiais russos (FSB, antigo KGB), desmentindo um estudo norte-americano que garantia que o osso havia pertencido a alguém do sexo feminino.
"Os arquivos do FSB têm um pedaço do crânio e um pedaço do maxilar de Hitler. À excepção destes restos, recolhidos no dia 5 de Maio de 1945, não existem outros pedaços do corpo de Hitler", indicou Vassili Khristoforov, chefe dos arquivos dos FSB, citado pela agência Interfax.
Durante décadas, especulou-se em diversas capitais do mundo sobre o destino de Hitler, que se suicidou a 30 de Abril de 1945, no seu bunker em Berlim.


Exame de DNA prova que crânio de Hitler é falso


Durante décadas, embora o corpo completo de Adolf Hitler não ter sido preservado, um pedaço de crânio com um furo provocado por disparo de pistola foi a prova cabal da morte do ditador. A Universidade de Connecticut já havia levantado a possibilidade de o osso pertencer a uma mulher, graças às suas características anatómicas. Porém, apenas recentemente os cientistas conseguiram provar a suposição recorrendo a um teste de DNA.

A primeira hipótese sobre a sua verdadeira origem foi atribuída à Eva Brown, mulher do Führer, mas nunca houve menção sobre ela ter sido baleada. A teoria foi rejeitada.
A morte de Hitler foi divulgada no dia 1º de Maio de 1945. Karl Dönitz (1891-1980), grande almirante alemão, declarou via rádio que o líder havia caído em batalha contra os soviéticos. Anos mais tarde, Dönitz revelou que recebeu as instruções por um radiograma, não estava presente ou chegou a ver o cadáver.
Joseph Stálin (1878-1953), chefe da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), afirmou diversas vezes que os restos de Hitler nunca foram encontrados e que, em sua opinião, ele estava vivo e escondido, assim como Joseph Göebbels (1897-1945), ministro da propaganda nazista.
Segundo pesquisa realizada pelo historiador Carlos De Nápoli e pelo jornalista Juan Salinas, no final da Segunda Guerra Mundial, oficiais alemães debandaram para o sul em submarinos. Hitler podia estar entre eles. No caminho, afundaram uma corveta norte-americana e o cruzador Bahia, deixando 336 mortos e causando a maior tragédia naval brasileira.
Para quem pensa que a teoria está mais para um roteiro de cinema, basta lembrar de Josef Mengele (1911-1979) e Adolf Eichmann (1906-1962), criminosos de guerra que fugiram da Europa e viveram na América.